segunda-feira, janeiro 23

Elas, às vezes educadas, às vezes eufóricas, resolveram mandar em mim.


No início de minha adolescência, tive alguns blogs. Foi um momento propício para começar a passar da mente para o papel, ou, neste caso, para as teclas do PC, as minhas reflexões, emoções e pensamentos. Havia a dificuldade em escolher a melhor maneira para contar o que desejava: o que frisar no primeiro parágrafo, que modelo de enredo utilizar, qual ideia privilegiar.
Depois desta experiência, por alguns anos, os blogs ficaram esquecidos. O blog de fã-clube acabou, assim como a adoração ao ídolo também. O blog pessoal... bem, esse eu encontro às vezes ao pesquisar dados pessoais na internet. Quando o vejo, reajo da mesma maneira como quando lemos um diário antigo: Como pude pensar dessa forma? Gostar destas músicas? Curtir esses hábitos? Bom, sei que todo esse ciclo foi importante para estabelecer a pessoa que sou hoje. Se me questiono, é porque mudei. Se mudei, é porque pretendo evoluir. Se evoluo... bom, isso é bastante relativo e me abstenho em discutir a esse respeito por agora.
Fato é que, depois de anos, antes de ingressar na graduação em Jornalismo, no ano de 2010, coloquei este blog no ar. Fui assídua por alguns meses. Na verdade, por mais de um ano, até que as palavras começaram a sumir. Na verdade, elas ainda existem e estão cada vez mais abundantes, a questão é que, assim como quando adolescente, já não sei a melhor forma de expressá-las. 
Às vezes, tomo coragem. Tenho uma ideia, corro ao blog, escrevo muito em pouco tempo e ... não publico. As palavras existem, querem viver, querem deixar de existir apenas em minha mente, mas, quando colocadas nesta caixa de texto, parecem se satisfazer. A euforia que antes tinham em aparecer morre. Não querem ser publicadas, nem mesmo lida por outras pessoas.
Hoje, não sei por que motivo, elas resolveram mudar de opinião. Não as considerei tão belas desta vez, embora também não sejam ruins. Acontece que as melhores têm se escondido. Talvez elas ainda precisem de reparo, talvez sejam tão exigentes consigo mesmas que ainda desejam ser melhor reformuladas para então, sim, desfilarem lindas pelas linhas dos parágrafos.
Enquanto isso, aguardo pela vontade delas.
E agora obedeço àquelas que me mandaram clicar em "publicar postagem".

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Um conjunto de antíteses e uma mente apaixonada, que pulsam juntos em forma de sonhos. Graduanda em Psicologia e ex-estudante de Jornalismo na UFRGS.

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