quarta-feira, outubro 17

A Dor do Desapego


     Depois de passados anos em que a humanidade se utilizou dos bens naturais para seu próprio benefício, chegou o período em que cada vez mais temos a palavra "preservação" presente em nossos dias. Em razão desta conscientização, hoje nos preocupamos com a natureza e com os animais. Não percebemos, por outro lado, que mesmo que não fizéssemos uso das matérias vivas e não vivas do meio ambiente, ainda assim haveria a extinção de espécies.
     Já no século XIX, depois de realizar uma viagem de 5 anos ao redor do mundo, Charles Darwin trouxe à tona a teoria da Seleção Natural e comprovou a evolução das variedades. Desde então, ficou sabido que ainda que o homem não interfira no ecossistema - devido a inúmeros fatores geográficos como temperatura, relevo e precipitações - ele irá sofrer alterações e os animais que fazem parte dele também. Eles podem, assim, desaparecer, entrando em extinção.
     O sentimento de preservação que o ser humano possui seja em relação à natureza, a fatos históricos ou a um brinde que recebemos em um evento e que insistimos em guardar por anos nos gaveteiros de nossas casas também se aplica quando a questão em jogo é o amor.
     Depois de ingressarmos em um relacionamento e investirmos nele, ainda que não seja sadio, insistimos em levar o romance adiante. Não sabemos dizer "não" porque assim como não estamos dispostos a deixar que espécies animais sejam extintas para nos apegarmos a outras, também não acreditamos que conhecer uma outra pessoa nos será benéfico. 
     Não queremos aceitar, no fundo, que depois de passarmos por diversas adaptações para vivermos junto a quem amamos, seremos capazes de conviver, novamente, com os trejeitos, as manias, os gostos e a personalidade de um outro alguém.
     O ser humano anseia por segurança e esta necessidade faz bem a ele, pois lhe gera confiança pessoal. Por outro lado, o comodismo não o faz. E conhecer a linha entre esses dois fatores é um exercício que deve fazer parte do nosso cotidiano.

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Um conjunto de antíteses e uma mente apaixonada, que pulsam juntos em forma de sonhos. Graduanda em Psicologia e ex-estudante de Jornalismo na UFRGS.

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