quarta-feira, março 14

Prévia da Morte Através da Infância

"Por que as zebras não têm úlcera?", esse e outros questionamentos como "É verdade que só usamos 10% do nosso cérebro?" têm sido estudados e debatidos durante as palestras que ocorrem nessa semana, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em razão da Semana Nacional do Cérebro. 
Na noite de hoje, o tema explorado foi o estresse, ou, como colocado pelo professor Jorge A. Quillfeldt, "O Estresse Nosso de Cada Dia". Entre as exposições apresentadas, estavam a análise das reações do Sistema Simpático quando nos deparamos com situações estressantes e até que ponto o estresse é benéfico, pois essa reação passa a ser bastante preocupante quando frequente, podendo se tornar crônica.
Um estudo realizado pelo estudioso David Barler foi apresentado pela professora Patrícia P. Silveira, PPG Neurociências pela ICBS/UFRGS. Barker, curioso sobre os motivos que levaram alguns de seus conhecidos a falecer em razão de ataques cardíacos, se propôs a estudar a trajetória dessas pessoas desde suas infâncias. Para isso, fez uso de documentos - que estavam arquivados em um museu da comunidade - desses indivíduos enquanto ainda crianças. Através de inúmeras análises, o pesquisador pôde concluir que aquelas crianças que nasceram com peso abaixo do normal foram as mesmas que morreram em razão de ataque cardíaco, de hipertensão e de outras doenças de mesma proporção. 
Segundo a professora Carla Dalmaz, também presente na palestra desta quarta-feira, há outro estudo que analisou crianças que habitavam dois diferentes orfanatos, e que tinham desenvolvimentos contraditórios.  As duas instituições recebiam abastecimento alimentício semelhante, mas as crianças do orfanato A estavam crescendo normalmente, enquanto as crianças do B não estavam se desenvolvendo. Depois de se ter verificado a rotina de ambas as casas, conclui-se que a diferença entre as instituições dava-se em razão dos profissionais que atuavam nos locais. No orfanato A, os educadores eram positivos e espontâneos; enquanto os educadores do orfanato B eram bastante conservadores. A fim de verificar cientificamente se havia realmente uma relação entre o desenvolvimento das crianças e os perfis dos profissionais envolvidos, os educadores do orfanato A passaram a atuar no B e, o contrário, também. Depois de um período, foi verificado um resultado oposto ao anterior: as crianças que antes não estavam em desenvolvimento passaram a crescer e aquelas que tinham crescimento precário passaram a evoluir como devido.
O tratamento que as pessoas recebem desde quando são um feto e, inclusive, na idade adulta, afeta e muito o desenvolvimento físico e psicológico de um ser humano. Em razão disso, deve-se pensar não uma, nem apenas duas vezes antes de se ter um filho, mas milhares. Para educar uma criança como devido, é necessário que se tenha condições financeiras e psicológicas estáveis. Como dito frequentemente pelos médicos "melhor que o tratamento de um problema é a sua prevenção". Por isso, não faça de uma criança um problema, faça dela uma alegria, uma alegria a ser desenvolvida com apoio e carinho e capaz de criar, futuramente, novas alegrias.

Aqueles que desejarem saber mais sobre a Semana Nacional da Neurociência e sobre as atividades que a Universidade Federal do RS está disponibilizando até o dia 18 deste mês podem ter acesso a maiores informações através do seguinte endereço: http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/ufrgs-promove-atividades-na-i-semana-nacional-do-cerebro

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Um conjunto de antíteses e uma mente apaixonada, que pulsam juntos em forma de sonhos. Graduanda em Psicologia e ex-estudante de Jornalismo na UFRGS.

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