domingo, outubro 31

No mural. No álbum. No coração.

   Fotografias já se tornaram essenciais em nossas vidas. Desde que fotos primitivas começaram a ser usadas, ainda sobre uma tecnologia precária, as lembranças deixaram de ser apenas instrumentos da memória e passaram a marcar o papel. Mesmo que haja os que não gostam de ser fotografados, um afirmação audaciosa de minha parte é dizer que todo mundo adora apreciar belas imagens seja retomando momentos históricos, familiares ou conhecendo novas localidades. 

      Sobre esse aspecto, participei de uma palestra  com duas fotojornalistas durante a Semana Acadêmica de minha Universidade. Adriana Franciosi e Andréia Graiz , funcionárias dos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, respectivamente, falaram sobre como as fotos têm um papel importante porque sublinham as informações divulgadas nos artigos jornalísticos, dando status de verdade para a matéria.

   Sendo assim, a foto pode refletir arte e informação. Provoca sentimentos, gera conhecimento. São inúmeras as características e ações a que essas imagens podem remeter, mas vou me reter às jornalísticas, àquelas capazes de provocar reflexão sobre a realidade em que estamos inseridos.

Para isso, deixo as melhores fotos das carreiras das jornalistas citadas e uma breve narração sobre como foram obtidas. Uma situação inusitada e outra bastante meticulosa:


Adriana nos conta que estava escalada para cobrir uma matéria na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, a respeito das mães de periferia. Ela e o motorista estavam no carro enquanto outro repórter foi buscar informações sobre o endereço a que deveriam ir. Neste meio tempo, um rapaz executou outros dois homens na rua. Adriana teve a oportunidade de virar para trás ao ouvir os tiros e, em instantes, fotografar a cena. Ela diz que a foto foi de extrema importância porque passou por perícia e foi o meio pelo qual os policiais conseguiram identificar o suspeito. Era um jovem de 19anos, que está condenado a vinte e seis anos de prisão.


Andréia nos falou sobre o episódio em que ela e a jornalista Mariana Bertolucci ficaram incumbidas de conseguir uma foto de Gisele Bundchen no casamento da irmã, na Barra do Ribeiro, no interior do Rio Grande do Sul. A imprensa não tinha acesso ao local e os seguranças faziam ronda a dois quilômetros do lugar da festa. A solução que as jornalistas encontraram foi entrar mato adentro, andar por uma distância considerável e foi então que Andréia teve a oportunidade de fotografar a modelo com seu filho no colo. Nisso o segurança foi atrás das jornalistas e resgatou os celulares delas, pensando que era o meio por que teriam fotografado. Andréia já havia colocado sua máquina na bolsa e saiu correndo do local. A foto lhe rendeu um ótimo prestígio e foi divulgada em vários veículos de comunicação.

       Quando questionadas a respeito de como um jornalista deve agir em momentos em que pessoas estão sujeitas a perigo de vida, as jornalistas nos contam que podem agir de duas formas. Se estiverem em um local onde há uma pessoa se afogando, tendo oportunidade, procurarão auxiliar no socorro. Já em outros casos, como cobrir uma matéria em países da África, onde milhares de pessoas passam fome, elas não podem se mobilizar querendo ajudar todos os que estão no local, o que seria impossível. Neste momento, a melhor opção é cobrir a matéria, tirando fotos de denúncia que são capazes de mobilizar os leitores, que muitas vezes acabam contribuindo, enviando alimento e roupas ao local. Esta é a forma que elas vêem como oportunidade de auxiliar na sociedade e exercer ética através de sua profissão.

Independentemente do motivo, fotografe. Pois, segundo Aristóteles, no olhar está a primeira forma de conhecimento.

domingo, outubro 10

Já que somos modernos, muito gás carbônico!

   Desejo que todos que lerem essa postagem estejam sempre repletos de  cereais, forragem natural, raízes, tubérculos e forragem artificial!
   Antes de apresentações de teatro, de dança ou mesmo em competições, as pessoas têm o costume de desejar "merda" umas às outras.
   A expressão nasceu por volta dos séculos XVII e XVIII na França. Era costume da época que a classe burguesa frequentasse o teatro.
 As pessoas se deslocavam até as casas teatrais de carruagem ou a cavalo. No fim do espetáculo, se a rua estivesse abastada de merda, significava que o público tinha sido grande. Quanto mais merda, maior o público e, consequentemente, maior o sucesso da peça. Passou-se então a desejar merda com sentido conotativo de sorte.
    O caso é que a prática não morreu no decorrer dos séculos e permanece como prache na vida daqueles que costumam estar sempre à espera de uma boa recepção do público diante de suas produções.
    Todos os apaixonados por artes cênicas ( seja no teatro, na ópera, na dança ou no circo) sabem muito bem do que estou falando. Mas não é preciso ser artista para entender a essência dessa expressão. Quem nunca ouviu que está com sorte por ter voltado pra casa com o calçado recheado de composição massiva nada digna de apreciação olfativa?
   Caetano Veloso reflete essa tradição por meio de uma produção musical de 1986 com o título nada mais, nada menos do que: Merda.
Merda, merda pra você / Desejo merda / Merda pra você também / Diga merda e tudo bem / Merda toda noite e sempre a merda.
   Já se passaram  quatro séculos desde que a expressão começou a ser usada. Se ela não tivesse vingado e hoje fôssemos criar uma nova, o resultado do sucesso de um peça seria o número de automóveis presentes no local. Nos restaria desejar muito gás carbônico a todos.
  No entanto, desejar "gás carbônico" se torna trabalhoso, não? "Merda" é uma palavra muito mais prática e se apresenta em nossa língua de maneiras bastante curiosas, fica o link de um vídeo humorístico para quem quiser conferir: Usos da Palavra Merda

Desta vez, não só vou desejar um bom feriado a todos, mas desejo também que ele seja recheado de muita merda. Até mais.

quarta-feira, outubro 6

Entrevista com o Ator e Diretor Marco Ricca

   Na sexta-feira da semana passada, dia 1º de outubro, estive conversando com Marco Ricca, que esteve em Porto Alegre participando da estréia de seu filme, Cabeça a Prêmio, que entra agora em cartaz para o grande público.
   Marco Ricca iniciou a carreira artística em 1993 na Rede Globo, passou também pelo SBT e pela Rede Bandeirantes. Em 1997 retornou à Globo, onde assina contrato até hoje, atuando na novela Ti-ti-ti no lugar do personagem Gino.
   O ator já atua na TV, no teatro e no cinema. Agora tem a oportunidade de estrear como diretor, prolongando ainda mais sua caminhada de sucesso. 
   Cabeça a Prêmio é um filme baseado na obra do escritor Marçal Aquino, foi finalizado em 2009, quando começou a participar de diversos festivais e, finalmente, entra agora em cartaz nos cinemas de várias capitais do país. O longa-metragem trata sobre três histórias que se entrecruzam nas paisagens das fronteiras brasileiras, paraguais e bolivianas, onde vivem personagens desiludidos, pecuaristas, contrabandistas e também apaixonados. O longa se difere por não ter um protagonista específico, já que todos os personagens têm suas importâncias dentro de um enredo fora do comum como o diretor me contou na entrevista:




Esta foi a participação do ator e Diretor Marco Ricca no blog Coisas de Laurinha.

Abraços a todos, até mais.

Bem-vindos!

Minha foto
Um conjunto de antíteses e uma mente apaixonada, que pulsam juntos em forma de sonhos. Graduanda em Psicologia e ex-estudante de Jornalismo na UFRGS.

Eles aprovam: